Nesta revisão, apresentamos um estudo sobre exposição materna aos nitratos na água potável e possíveis reações adversas ao desenvolvimento reprodutivo, no caso dos Estados Unidos. O padrão de uso de nitratos na água potável é baseado em estudos retrospectivos e leva em conta níveis que protegem os bebês contra a metemoglobinemia. Mas nenhum fator de segurança foi construído a partir desse padrão, sendo que os níveis atuais foram construídos e exigidos apenas para os sistemas públicos de distribuição de água. Estudos com animais encontraram efeitos reprodutivos adversos e advindos das altas doses de nitrato ou nitrito na água. A evidência epidemiológica sobre a relação de exposição-resposta direta entre o nível de nitratos na água potável e efeitos adversos não está clara. No entanto, algumas notificações sugerem associação entre exposição a nitratos na água potável e abortos espontâneos, restrições ao crescimento intrauterino e vários defeitos de nascença. As incertezas nos estudos epidemiológicos incluem a falta de avaliação da exposição individual que excluiria confundir a exposição com outros fatores. Concluimos que a literatura atual não provê suficiente evidência de uma relação causal entre exposição a nitratos na água potável e efeitos reprodutivos adversos.

In this review, we present an update on maternal exposure to nitrates in drinking water in relation to possible adverse reproductive and developmental effects, and discuss nitrates in drinking water in the United States. The current standard for nitrates in drinking water is based on retrospective studies and approximates a level that protects infants from methemoglobinemia, but no safety factor is built into the standard. The current standard applies only to public water systems. Animal studies have found adverse reproductive effects resulting from higher doses of nitrate or nitrite. The epidemiologic evidence of a direct exposure-response relationship between drinking water nitrate level and adverse reproductive effect is still not clear. However, some reports have suggested an association between exposure to nitrates in drinking water and spontaneous abortions, intrauterine growth restriction, and various birth defects. Uncertainties in epidemiologic studies include the lack of individual exposure assessment that would rule out confounding of the exposure with some other cause. We conclude that the current literature does not provide sufficient evidence of a causal relationship between exposure to nitrates in drinking water and adverse reproductive effects.

Nesta revisão, apresentamos um estudo sobre exposição materna aos nitratos na água potável e possíveis reações adversas ao desenvolvimento reprodutivo, no caso dos Estados Unidos. O padrão de uso de nitratos na água potável é baseado em estudos retrospectivos e leva em conta níveis que protegem os bebês contra a metemoglobinemia. Mas nenhum fator de segurança foi construído a partir desse padrão, sendo que os níveis atuais foram construídos e exigidos apenas para os sistemas públicos de distribuição de água. Estudos com animais encontraram efeitos reprodutivos adversos e advindos das altas doses de nitrato ou nitrito na água. A evidência epidemiológica sobre a relação de exposição-resposta direta entre o nível de nitratos na água potável e efeitos adversos não está clara. No entanto, algumas notificações sugerem associação entre exposição a nitratos na água potável e abortos espontâneos, restrições ao crescimento intrauterino e vários defeitos de nascença. As incertezas nos estudos epidemiológicos incluem a falta de avaliação da exposição individual que excluiria confundir a exposição com outros fatores. Concluimos que a literatura atual não provê suficiente evidência de uma relação causal entre exposição a nitratos na água potável e efeitos reprodutivos adversos.

In this review, we present an update on maternal exposure to nitrates in drinking water in relation to possible adverse reproductive and developmental effects, and discuss nitrates in drinking water in the United States. The current standard for nitrates in drinking water is based on retrospective studies and approximates a level that protects infants from methemoglobinemia, but no safety factor is built into the standard. The current standard applies only to public water systems. Animal studies have found adverse reproductive effects resulting from higher doses of nitrate or nitrite. The epidemiologic evidence of a direct exposure-response relationship between drinking water nitrate level and adverse reproductive effect is still not clear. However, some reports have suggested an association between exposure to nitrates in drinking water and spontaneous abortions, intrauterine growth restriction, and various birth defects. Uncertainties in epidemiologic studies include the lack of individual exposure assessment that would rule out confounding of the exposure with some other cause. We conclude that the current literature does not provide sufficient evidence of a causal relationship between exposure to nitrates in drinking water and adverse reproductive effects.

OBJECTIVE: To investigate whether environmental contamination occurred in the wake of hurricane Mitch (30-31 October 1998), we conducted a population-based cross-sectional household survey in the barrio of Istoca, Department of Choluteca, Honduras. The goals were to evaluate chemical contamination of potable water and the extent of human exposure to chemicals as a result of extensive flooding. METHODS: The survey consisted of an environmental exposure assessment, which included assaying water and soil samples for contaminants, and taking blood and urine samples from 45 adolescents aged 15-18 years. We also made a subjective questionnaire assessment of 155 households. FINDINGS: There was significant contamination of the soil in Istoca, but no water contamination in the aftermath of hurricane Mitch. The soil levels of chlopyrifos and parathion were 30- and 1000-times higher, respectively, than the Environmental Data Quality Level. However, the most striking finding was the detection of elevated levels of chlorinated and organophosphate pesticides in adolescents. Toxicological analyses of serum specimens showed that 51% of the samples had elevated levels of 1,1-dichloro-2,2-bis-(p-chlorophenyl) ethylene (p,p-DDE) (range, 1.16-96.9 ng/ml) (US reference mean = 3.5 ng/ml) in adults. Dieldrin levels >0.2 ng/ml were also present in 23% of the serum specimens (serum levels of this analyte in US adolescents are <0.2 ng/ml). Of 43 urine samples analysed for organophosphate metabolites, 18.6% contained diethyl phosphate (DEP) at levels which were greater that the reference mean of 6.45 mg/g creatinine. We also detected elevated levels of p-nitrophenol (p-NP) and of 3,5,6-trichloro-2-pyridinol (3,5,6-TCPY) in 91% and 42% of the samples, respectively. CONCLUSION: The elevated levels of chlorinated pesticides were surprising, since although these substances were banned in Honduras 15 years ago it appears that they are still being used in the country. Moreover, elevated levels of organophosphates were detected in the study adolescents even three weeks after the hurricane. Since these chemicals are usually cleared from the body quickly, our data suggest that the adolescents face an ongoing threat from pesticide exposure.

OBJETIVO: A fin de investigar si hubo contaminación ambiental tras el huracán Mitch (30-31 de octubre de 1998), realizamos una encuesta domiciliaria transversal basada en la población en el barrio de Istoca del Departamento de Choluteca, Honduras. Se trataba de evaluar la contaminación química del agua potable y la exposición humana a productos químicos que hubieran podido provocar las extensas inundaciones. MÉTODOS: Como parte de la evaluación de la exposición ambiental, se analizaron muestras de agua y suelo en busca de contaminantes y se obtuvieron muestras de sangre y orina de 45 adolescentes de 15 a 18 años. Realizamos asimismo una evaluación de 155 hogares mediante un cuestionario subjetivo. RESULTADOS: Después del huracán Mitch se detectó en Istoca una contaminación importante del suelo, pero no así del agua. Las concentraciones de clopirifos y paratión en el suelo eran 30 y 1000 veces superiores, respectivamente, a las establecidas en los Niveles de Calidad de los Datos Ambientales. Sin embargo, lo más sorprendente fue la detección de niveles elevados de plaguicidas clorados y organofosforados entre los adolescentes. El análisis toxicológico de las muestras de sueromostró en un 51% de los casos niveles elevados de 1,1-dicloro-2,2-bis-(p-clorofenil)-etileno (p,p-DDE) (intervalo: 1,16-96,9 ng/ml) (media de referencia de EE.UU. = 3,5 ng/ml en adultos). Se detectaron asimismo niveles de dieldrina > 0,2 ng/ml en el 23% de las muestras séricas (las concentraciones séricas de este analito entre los adolescentes de Estados Unidos son inferiores a 0,2 ng/ml). De 43 muestras de orina analizadas para detectar metabolitos organofosforados, el 18,6% contenían concentraciones de dietilfosfato (DEP) superiores a la media de referencia de 6,45 myg/g de creatinina. También detectamos niveles elevados de p-nitrofenol (p-NP) y de 3,5,6-tricloro-2-piridinol (3,5,6- TCPY) en el 91% y el 42% de las muestras, respectivamente. CONCLUSIONES: El sorpresivo hallazgo de niveles elevados de plaguicidas clorados lleva a pensar que, aunque esas sustancias fueron prohibidas en Honduras hace 15 años, aún se siguen usando en el país. Además, se detectaron altas concentraciones de organofosforados en los adolescentes del estudio, incluso tres semanas después del huracán. Puesto que esos productos químicos suelen desaparecer rápidamente del organismo, nuestros datos llevan a pensar que la exposición a plaguicidas constituye una amenaza persistente para los adolescentes.

OBJECTIF: Pour rechercher la présence d’une contamination de l’environnement après le passage de l’ouragan Mitch (30-31 octobre 1998), nous avons réalisé en population une enquête transversale sur les ménages dans le barrio d’Istoca (département de Choluteca) au Honduras. Le but de cette étude était d’évaluer la contamination chimique de l’eau de boisson et l’importance de l’exposition humaine à des produits chimiques à la suite d’inondations de grande étendue. MÉTHODES: L’enquête consistait en une évaluation de l’exposition environnementale, avec recherche de contaminants dans des échantillons d’eau et de sol et analyse d’échantillons de sang et d’urine prélevés chez 45 adolescents âgés de 15 à 18 ans. Nous avons également procédé à une évaluation subjective au moyen d’un questionnaire sur 155 ménages. RÉSULTATS: Nous avons observé une contamination importante des sols à Istoca, mais pas de contamination de l’eau après le passage de l’ouragan Mitch. Les teneurs des sols en chlorpyrifos et en parathion étaient respectivement 30 et 1000 fois supérieures aux valeurs retenues pour la qualité de l’environnement (EDQL). L’observation la plus frappante était cependant la détection de taux élevés de pesticides chlorés et organophosphorés chez les adolescents. Les analyses toxicologiques effectuées sur les échantillons de sérum ont montré que 51% d’entre eux contenaient des quantités élevées de 1,1-dichloro-2,2-bis-(p-chlorophényl)-éthylène (p,p-DDE) (intervalle: 1,16-96,9 ng/ml) (valeur moyenne de référence pour les Etats-Unis d’Amérique : 3,5 ng/ml chez l’adulte). Des taux de dieldrine supérieurs à 0,2 ng/ml étaient également présents dans 23% des échantillons de sérum (aux Etats-Unis, les taux sériques de dieldrine chez les adolescents sont inférieurs à 0,2 ng/ml). Sur 43 échantillons d’urine dans lesquels on a recherché des métabolites de pesticides organophosphorés, 18,6% contenaient du phosphate de diéthyle (DEP) en quantité supérieure à la valeur moyenne de référence (6,45 <FONT FACE=Symbol>m</FONT>g/g de créatinine). Nous avons également détecté des taux élevés de p-nitrophénol (p-NP) dans 91% des échantillons et de 3,5,6-trichloro-2-pyridinol (3,5,6-TCPY) dans 42% des échantillons. CONCLUSION: Les taux élevés de pesticides chlorés mis en évidence étaient surprenants ; en effet, bien que ces substances soient interdites au Honduras depuis 15 ans, il apparaît qu’elles sont encore utilisées dans le pays. De plus, des taux élevés d’organophosphorés étaient détectés chez les adolescents participant à l’étude, même trois semaines après le passage de l’ouragan. Comme ces composés sont en général rapidement éliminés de l’organisme, nos résultats semblent indiquer que les adolescents restent sous la menace d’une exposition aux pesticides.